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A crise no turismo na Europa II - Tendências

A Espanha começa, pouco a pouco, a dar alguns sinais de mudança. Não sei se podemos dizer que será a solução ou uma ajuda de valor a saída da crise, mas sem dúvida, há uma mudança de pensamento no que se refere ao turismo.

 

Tenho visto na Espanha, uma administração mais conscienciosa do turismo. Muitos hotéis têm oferecido melhores serviços a preços menos caros. Podemos citar, a inclusão de internet básica na maioria dos hotéis, sem custo aparente. Outro ponto: muitos restaurantes, estão trabalhando com cardápio do dia, mesmo quando na época mais forte de turistas. É como se eles estivessem se movimentando tentando encontrar um ponto de equilíbrio melhor entre o que podem arrecadar, sem matar a sua fonte de renda, e ao mesmo tempo oferecer vantagens comparativas a outros países que por ventura pudessem ser opções aos turistas. Uma concorrência velada, mas eficiente.

A Espanha sempre ofereceu boas oportunidades ao turista, como uma rede muito boa de transporte e pontos não muito caros de comida e conexão para turistas que desejam alcançar outros destinos, mas agora percebo uma preocupação com os turistas, em nosso bolso. 

Na Itália, o que podemos verificar claramente, é o estágio anterior ao da Espanha, com o povo italiano ainda brigando por uma condição inexistente, e tentando negar que a crise bate à porta do turismo. 

A Itália ainda luta muito com os órfãos dos turistas, aqueles que roubam, ou tiram proveito do turista de forma forçada e cara de pau. São os menos inteligentes, matam a galinha dos ovos de ouro. Um turista enganado, ou roubado pensa cinco vezes antes de voltar a um lugar. E na maioria das vezes, considera outros destinos menos violentos (sim, muitas vezes, não a violência física mais a emocional), como opção na hora de gastar suas economias com lazer. É amigos, vocês acham que os turistas bobos estarão ai pra sempre? Eles são cada dia menos, acredite... E vocês são cada dia mais...

Então o que se vê ainda são hotéis que procuram indicar restaurantes aonde tenham algum tipo de vantagem, mesma que pessoal na indicação, e turistas que não usam a concierge mais que uma vez (normalmente depois da primeira indicação mal intencionada), e taxistas que dão voltas cada vez mais escrachadas, e pessoas que se aproximam com claras intenções mal intencionadas, estão fazendo com que os turistas tenham maior apelo a outros destinos. E essa me parece a vertente pela qual a Itália se coloca hoje. Um caminho um pouco diferente do que a Espanha hoje procura seguir. Veja bem que não são todas as pessoas, mas é como a parte podre da laranja... Podendo comer uma laranja que não está podre, porque alguém morderia uma que claramente está estragada? Ainda mais em tempos bicudos, onde o dinheiro anda curto tanto do lado de quem recebe o turista, tanto do lado do próprio turista. 

A Espanha tem ainda mostrado que está interessada em oferecer novidades aos turistas. Novidades, Não necessariamente caras, mas que interessam e proporcionam novas visões do mesmo tema, e que permitam ao turista estabelecer uma forma diferente de ver a mesma coisa. Não é pouco comum a quantidade em Madrid de terraços que tem sido abertos na cidade. Sim, são reformas razoavelmente baratas, que permitem que o turista tenha uma visão da cidade de cima, que normalmente é muito bonita e que antes era muito restrita. Assim, terraços como do El Corte Inglês na Via Callao, ou do hotel Ada Palace na Gran Via, são como bônus a quem está visitando a cidade, e a visão alem de bonita é agradavelmente recheada com tapas e drinks que tornam a vista ainda mais especial. Muito boa pedida. 

A Itália procura isso também, mas de forma mais acanhada e menos recursiva. Os roof gardens, também são muito anunciados na cidade, mas muitos edifícios amedrontam a entrada, sejam por condições péssimas do lado de fora, ou pela falta de maiores atrações no local. Onde a concorrência é grande, a propaganda deve ser bem feita, e não igual a do vizinho. 

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